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Empresas do Espírito Santo recebem 30 mil atestados falsos por mês

Funcionários alteram assinaturas de médicos e dias de afastamento

11.08.2017

O total de atestados médicos entregues por trabalhadores às empresas por mês no Espírito Santo chega a 100 mil, sendo que, desse total, 30 mil são documentos adulterados ou falsificados. Estima-se que o uso indevido do comprovante pelos empregados cause um prejuízo anual aproximado de R$ 20 milhões às empresas.

 

Os números fazem parte de uma pesquisa da qual os integrantes do Fórum das Entidades e Federações (FEF) tiveram acesso.

 

Hoje, você procura na internet e tem inúmeros modelos de atestados, fotos da falsificação, de carimbos e assinaturas.

José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio

 

De acordo com o presidente da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, o uso indevido de atestados virou uma indústria e traz um prejuízo aos empresários. Quase R$ 1,6 milhão por mês são gastos devido ao custo de substituição e de perda de produção causados pela ausência de empregados.

 

“Hoje, você procura na internet e tem inúmeros modelos de atestados, fotos da falsificação, de carimbos e assinaturas. Com o nível atual de atestados no Estado, as empresas têm um prejuízo anual que chega a R$ 20 milhões”, analisa.

 

O empresário do setor de Limpeza e Serviço Ambiental, Antônio Perovano, afirma que, de um total de 2,4 mil empregados na sua empresa, cerca de oito, em média, entregam atestados por dia. Levando em conta que o mês tem 22 dias úteis, de cada 13 funcionários, um leva atestado médico pedindo afastamento das atividades. “Em 2013, esse número era bem maior. Chegamos a ter 15 atestados por dia”.

 

Para inibir que os empregados entregassem muitos atestados, a empresa adotou um método de triagem para comprovar a veracidade do documento. Primeiro, ele é entregue no setor de recursos humanos e, depois, passa pela segurança do trabalho e medicina do trabalho.

 

“Com isso, houve uma redução significativa de atestados médicos entregues, com queda de mais de 25% no uso desses documentos. Quando temos suspeitas da autenticidade, vamos até o funcionário para conversar. A pessoa que faz alterações não sabe ou não se toca que está cometendo um crime”, afirmou. O empresário explica ainda que o objetivo não é impedir que a pessoa falte ao trabalho por causa de um problema de saúde. “Queremos impedir os afastamento simulados”.

 

ALTERAÇÕES

Entre os casos de adulteração de atestados médicos, havia exemplos de mudanças no número de dias de licença, onde o empregado rasurava o documento emitido pelo médico para prolongar a ausência no trabalho. Havia casos de mudar o número de 4 dias para 9; e de 1 para 10 dias.

 

Para o diretor administrativo do Sindicato das Empresas de Segurança, Edimar Barbosa, na área de vigilância o número de atestados médicos falsos diminuiu devido ao benefício do plano de saúde. O maior motivo pelo uso de atestados, segundo ele, é a lombalgia - dor de coluna.

 

“Quando o atestado vem do plano de saúde, é mais fácil confirmar os dados e há maior confiabilidade. Os empregados estão ficando mais responsáveis, principalmente por causa do desemprego. Em uma empresa em que trabalho, eram 1,1 mil funcionários que entregavam até 15 atestados no mês. Hoje, esse número não chega a cinco”, diz.

 

Segundo Edimar, alguns empregados encontraram “meios” de faltar ao trabalho. “Devido ao controle das empresas, que estão mais rígidas, acabam não adulterando tanto quanto antes. Quando querem faltar, doam sangue e ganham uma folga pela boa ação”.

 

Documentos digitais para inibir fraudes

O uso de atestado médico on-line em todo o Estado pode coibir falsificações e adulterações do documento. O serviço também possibilitará uma base de dados sobre o tema.

 

De acordo com José Lino Sepulcri, presidente da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), a adoção do documento digital resolveria o problema da falsificação de carimbos, assinaturas e rasuras para extensão do tempo atestado. “Há um clamor muito grande para oficializar o certificado digital para não existir falsificação. O que tem o apoio do setor produtivo do Estado”, comentou o presidente.

 

Segundo José Lino, muitas pessoas buscam na internet como fazer para falsificar o comprovante. Com o uso de um sistema on-line, o atestado emitido seria confirmado em poucos minutos a partir de seu número e do código-chave de validação.

 

Já para o presidente da Federação da Agricultura (Faes), Júlio da Silva Rocha, os atestados on-line serviriam para o controle da quantidade de documentos emitidos por funcionários e as doenças mais comuns a partir da base de dados digitais. “O Estado precisa moralizar o país em questões éticas. Se um funcionário usou muitos atestados, isso vai para um banco de dados. Se ele mudar de empresa, será possível saber o histórico daquela pessoa”, diz.

 

Além disso, a adoção do sistema on-line seria bom para o trabalhador e para os profissionais da área médica. “A pessoa teria mais sigilo sobre a doença que motivou seu afastamento. É uma situação de controle e reserva, e os médicos teriam mais segurança também. Às vezes, a pessoa tem o carimbo e o bloco de um médico e faz o uso indevidamente”, afirma Rocha.

 

Fonte: Gazeta Online

 

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