Trabalhador pode ser substituído pela tecnologia?

Novos processos exigem maior qualificação

21.08.2015

No século 21 o homem tem papel secundário no mercado de trabalho? Para responder a essa pergunta, podemos nos basear em uma pesquisa realizada pela Agência de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos.

O estudo concluiu que novas tecnologias da computação acabam com posições no mercado de trabalho, mesmo que gerem algumas novas oportunidades para funcionários especializados. De acordo com o estudo, os Estados Unidos ganharam 387 mil administradores, enquanto perderam quase dois milhões de profissionais em cargos burocráticos desde 2007.

Em Cachoeiro, o setor de rochas ornamentais é um dos que mais foram impactados pela tecnologia, que trouxe consigo a necessidade de qualificação dos trabalhadores em todas as fases do processo de beneficiamento e extração. 

Karin Parodi, diretora-geral da Career Center, vê um novo modo de trabalho se estabelecendo nas empresas, baseado em colaboração.  Mas ela é categórica ao afirmar que nada, apesar de toda tecnologia, substitui o ser humano.

“A máquina tomou cargos operacionais, conquistando o posto de inteligência artificial. No entanto, é preciso ter uma coisa para controlá-la, que é uma pessoa”, diz. Karin alerta, ainda, para a sensação de infelicidade que o excesso de tecnologia pode trazer para a vida do trabalhador, que acaba conectado o tempo todo.

“Hoje em dia, não tem como não ser competitivo e é facil encontrar pessoas sofrendo por estresse e depressão”, explica. Na medicina, a cirurgia robótica interferiu e otimizou um trabalho até então majoritariamente  humano.

Especialistas, entre eles Leandra Carneiro, criadora do blog Tecnologia da Informação e Medicina,  não acreditam que o avanço tecnológico vá, em algum momento, dispensar os profissionais por trás da máquina.

“A cirurgia robótica diminuiu a quantidade de erros médicos e eventos inesperados, como um movimento brusco, por exemplo. No entanto, o cirurgião é necessário para controlar a máquina, assim como é preciso um médico para fornecer um laudo”, explica.

O psicólogo e professor de Psicologia Social na Universidade de Brasília, Fábio Iglesias, concorda que o impacto da tecnologia no ser humano tem seu lado negativo, mas os bônus são superiores. Ele diz que as pessoas tendem à nostalgia.

"Sempre se ouve que a época anterior era melhor. No futuro, nós, dessa geração, também teremos um choque com o que surgirá, assim como a de agora tenta entender o que acontece. No entanto, isso não significa que a nova forma de se comunicar seja pior. É apenas outra”, conta. 

É hora de sair da zona de conforto e enfrentar, com treinamento, disposição e qualidade de vida no trabalho os desafios que o Século 21 trouxe a todos os trabalhadores.

Fonte:

Jornal do Brasil